quinta-feira, 17 de outubro de 2013

BRASIL 500 ANOS: A ERA VARGAS



ATIVIDADE PROPOSTA:
 
1) As cascas de banana da caricatura, que fariam escorregar e cair os candidatos ao Palácio do Catete ganhou sua maior expressão com o golpe de 1937, que implantou o Estado Novo. Esse golpe possibilitou, após sete anos, a permanência de Getúlio Vargas no poder, consolidando uma ditadura que somente teve fim em 1945. Nessa perspectiva, responda:

a) Cite duas medidas tomadas pelo governo do Estado Novo,explicando de que forma reforçaram a centralização política do período.

b) Relacione as medidas tomadas por Getúlio Vargas para incentivar o desenvolvimento brasileiro à ascensão das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro no cenário nacional.

A DITADURA MILITAR E O MOVIMENTO OPERÁRIO BRASILEIRO

A DITADURA MILITAR E O MOVIMENTO OPERÁRIO BRASILEIRO


Na década de 1970, o Brasil vivenciava um período de grandes tensões nos campos político e econômico. Por um lado, o governo controlado pelos militares exprimia uma estrutura de poder autoritária que desapontava os anseios de uma significativa parcela da população brasileira. Por outro, a economia enfrentava números alarmantes após a deflagração das duas crises petrolíferas que atingiram o mercado internacional em cheio.

Na passagem dos governos Geisel e Figueiredo, entre os anos de 1978 e 1979, várias medidas foram tomadas com o objetivo claro de estabelecer o gradual fim do regime militar. Aproveitando dessa situação, vários metalúrgicos da região do ABC paulista organizaram uma enorme paralisação que reivindicava o reajuste dos salários de acordo com a variação dos índices inflacionários. Nesse momento, após vários anos de forte repressão, a classe trabalhadora parecia se rearticular.

Para demonstrar uma faceta do impacto causado por este fato de dimensões históricas, o professor pode realizar um interessante trabalho de interpretação com uma canção de Chico Buarque de Holanda e Novelli. Intitulada “Linha de Montagem”, a sugestiva canção oferece os seguintes versos: 



Linha linha de montagem
A cor e a coragem
Cora coração
Abecê abecedário
Ópera operário
Pé no pé do chão (...)
Na mão, o ferro e a ferragem
O elo, a montagem do motor
E a gente dessa engrenagente
Dessa engrenagente
Dessa engrenagente
Dessa engrenagente sai maior (...)
Gente que conhece a prensa
A brasa da fornalha
O guincho do esmeril
Gente que carrega a tralha
Ai, essa tralha imensa,
Chamada Brasil (...)


(Chico Buarque & Novelli. Linha de montagem. Compacto Show 1º de maio, Philips, 1980)


Por meio dessa canção, o docente pode construir uma interessante atividade de interpretação documental. Primeiramente, tomando as informações autorais, grife a relação presente entre o conteúdo da música e o dia em que ela é a apresentada ao público. Sem dúvida a apresentação de “Linha de Montagem” no “Show 1º de maio” se trata de uma clara homenagem aos trabalhadores. 

A partir de então, questionar com os alunos quem são os trabalhadores retratados nessa canção. Por meio de vários indícios, é possível estabelecer vínculo entre a obra e o movimento grevista de 1979. Nos versos “Abecê abecedário/ Ópera operário”, o aluno pode identificar a intenção de se homenagear os participantes do movimento grevista recém-articulado. Além disso, na passagem “Gente que conhece a prensa/ A brasa da fornalha/ O guincho do esmeril” temos claras referências ao cotidiano dos siderúrgicos.

Ao finalizar a análise, questione aos alunos se, caso não tivessem conhecimento das manifestações da época, seriam capazes de decifrar a mensagem da canção. Na medida em que estes respondem negativamente, o professor pode ainda fazer uma breve explanação sobre a ação e o papel da censura contra as manifestações artísticas da época e de que forma isso influenciava no processo criativo dos compositores.


Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

ATIVIDADE PROPOSTA

Fazer um debate sobre as greves de 1979 por meio da canção de Chico Buarque e Novelli.



PRESIDENTE JOÃO GOULART (1961-1964)

PRESIDENTE JOÃO GOULART (1961-1964)


Após a renúncia de Jânio Quadros, os militares tentaram vetar a chegada do vice-presidente João Goulart ao posto presidencial. Tendo sérias desconfianças sobre a trajetória política de Jango, alguns membros das Forças Armadas alegavam que a passagem do cargo colocava em risco a segurança nacional. De fato, vários grupos políticos conservadores associavam o então vice-presidente à ameaçadora hipótese de instalação do comunismo no Brasil.

Com isso, diversas autoridades militares ofereceram uma carta ao Congresso Nacional reivindicando a extensão do mandato de Ranieiri Mazzilli, presidente da Câmara que assumiu o poder enquanto Jango estava em viagem à China. Inicialmente, esses militares se manifestavam a favor da realização de novas eleições para que a possibilidade de ascensão de Jango fosse completamente vetada. No entanto, outros políticos e militares, como o Marechal Lott, eram a favor do cumprimento das regras políticas.

Foi nesse contexto que várias figuras políticas da época organizaram a chamada “Campanha da Legalidade”, em que utilizavam os meios de comunicação para obter apoio à posse de João Goulart. Entre outros políticos destacamos Leonel Brizola, cunhado do vice-presidente, que participou efetivamente do movimento. Paralelamente, sabendo das pressões que o cercavam, Jango estendeu sua viagem realizando uma visita estratégica aos EUA, como sinal de sua proximidade ao bloco capitalista.

Com a possibilidade do golpe militar enfraquecida por essas duas ações, o Congresso Nacional aprovou arbitrariamente a mudança do regime político nacional para o parlamentarismo. Dessa maneira, os conservadores buscavam limitar significativamente as ações do Poder Executivo e, consequentemente, diminuir os poderes dados para Jango. Foi dessa forma que, em 07 de setembro de 1961, João Goulart assumiu a vaga deixada por Jânio Quadros.
A instalação do parlamentarismo fez com que João Goulart não tivesse meios para aprovar suas propostas políticas. Mesmo assim, elaborou um plano de governo voltado para três pontos fundamentais: o desenvolvimento econômico, o combate à inflação e a diminuição do déficit público. No entanto, o regime parlamentarista impedia que as questões nacionais fossem resolvidas por meio de uma consistente coalizão política.
O insucesso do parlamentarismo acabou forçando a antecipação do plebiscito que decidiria qual sistema político seria adotado no país. Em 1963, a população brasileira apoiou o retorno do sistema presidencialista, o que acabou dando maiores poderes para João Goulart. Com a volta do antigo sistema, João Goulart defendeu a realização de reformas que poderiam promover a distribuição de renda por meio das chamadas Reformas de Base.

Em março de 1964, o presidente organizou um grande comício na Central do Brasil (Rio de Janeiro), no qual defendeu a urgência dessas reformas políticas. Nesse evento, foi presenciada a manifestação de representações e movimentos populares que apoiavam incondicionalmente a proposta presidencial. Entre outras entidades aliadas de Jango, estavam a União Nacional dos Estudantes (UNE), as Ligas Camponesas (defensoras da Reforma Agrária) e o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT).
O conjunto de ações oferecidas por João Goulart desprestigiava claramente os interesses dos grandes proprietários, o grande empresariado e as classes médias. Com isso, membros das Forças Armadas, com o apoio das elites nacionais e o apoio estratégico norte-americano, começaram a arquitetar o golpe contra João Goulart. Ao mesmo tempo, os grupos conservadores realizaram um grande protesto público com a realização da “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”.
A tensão política causada por manifestações de caráter tão antagônico foi seguida pela rebelião de militares que apoiavam o golpe imediato. Sob a liderança do general Olympio de Mourão filho, tropas de Juiz de Fora (MG) marcharam para o Rio de Janeiro com o claro objetivo de realizar a deposição de Jango. Logo em seguida, outras unidades militares e os principais governadores estaduais do Brasil endossaram o golpe militar.

Dessa maneira, o presidente voltou para o Rio Grande do Sul tentando mobilizar forças políticas que poderiam deter a ameaça golpista. Entretanto, a eficácia do plano engendrado pelos militares acabou aniquilando qualquer possibilidade de reação por parte de João Goulart. No dia 4 de abril de 1964, o Senado Federal anunciou a vacância do posto presidencial e a posse provisória de Rainieri Mazzilli como presidente da República. Foram dados os primeiros passos para a ditadura militar no Brasil.

Por Rainer Sousa
Graduado em História – Equipe Brasil Escola

ATIVIDADE PROPOSTA

“Chefes altamente qualificados do Movimento de Março de 64 preferem chamá-lo contra revolução. Com efeito, houve uma reação ao rumo desordenado e ameaçador das liberdades democráticas que a Nação tomava sob Goulart. (...) Março de 64 é, pois, uma resposta e não um projeto autônomo. Por isso, foi feito em nome do Anti: anticomunismo, antipeleguismo, anticorrupção”. (Jarbas Passarinho, Folha de São Paulo, 31/03/1982).

“Com efeito, o governo de Jango não caiu por seus defeitos... ele foi derrubado por suas virtudes. Essencialmente porque representava uma ameaça inadmissível para as classes dominantes. Quem viveu aqueles últimos meses de tensão recordará tanto a animosidade e o ódio que se alastraram por toda a casta de privilegiados contra o governo nacionalista e sindicalista, como o entusiástico apoio popular ao governo trabalhista e reformista”. (Darcy Ribeiro, Folha de São Paulo, 30/03/1982).

Com base nos testemunhos acima citados, faça o que é pedido abaixo.

a) Identifique os pontos de vista de cada um dos autores citados com relação ao golpe militar de 1964.

b) Compare os projetos políticos para o Brasil que estão implícitos nos dois trechos acima citados.